Na sequência dos factos anteriormente aqui referidos nos postais de 16 de Dezembro/FORÇA PÚBLICA E INTERROGAÇÕES (Grécia) e 11 de Janeiro/VIOLÊNCIA E CONTÁGIO (Médio Oriente) uma manifestação na Amadora vem agora suscitar atenção.
Com a devida vénia se regista aqui a notícia transcrita do sítio da SIC:
O grupo protestou à porta da esquadra do Casal da Boba, na Amadora. O jovem de 14 anos foi baleado, domingo passado, por um agente da PSP.
Para este sábado à tarde, os manifestantes tinham planeado um protesto pacífico mas um pequeno grupo decidiu romper o acordo, tendo atirado pedras aos polícias que protegiam a esquadra.
Uma das pedras acertou numa agente que teve de receber tratamento hospitalar.
. "A manifestação"
Além dos manifestantes, na sua larga maioria jovens, encontravam-se no local dirigentes e simpatizantes de movimentos cívicos, como António Pedro Dores, presidente da Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento (ACED), e o antigo aluno casapiano e advogado Pedro Namora que colabora com a ACED.
António Pedro Dores e Pedro Namora disseram aos jornalistas estarem presentes nesta manifestação em solidariedade com a família da vítima, tendo o primeiro criticado a falta de respeito das autoridades para com os familiares do jovem baleado não lhes dando qualquer tipo de informação sobre as investigações.
"Nós compreendemos bem a angústia da família perante uma situação dramática sem nenhum respeito das autoridades", disse António Pedro Dores.
Segundo o dirigente da ACED, "a questão central é que se estão a matar pessoas".
Aludindo a informações divulgadas na imprensa, segundo as quais o tiro fatal teria sido disparado a cerca de 10 centímetros da cabeça do jovem, António Pedro Dores defendeu que os cidadãos portugueses independentemente da classe social a que pertencem devem ter "garantias" de que "coisas destas são para ser investigadas e julgados de facto".
Realçou ainda que existe na sociedade portuguesa uma "insegurança" relativamente à capacidade da justiça "fazer investigações sérias e chegar a conclusões".
. "Teoria da conspiração"
Questionado sobre se tem algum elemento ou indício que lhe permita dizer que estão a tentar abafar este caso, António Pedro Dores rejeitou qualquer "teoria da conspiração", mas sublinhou que "a justiça em Portugal funciona mal a todos os níveis".
O mesmo responsável da ACED criticou também a forma de actuação policial nos chamados bairros problemáticos, considerando que muitas vezes este comportamento serve apenas para fins políticos de algum ministro "mais inseguro".
. "Contra a Violência policial"
Pedro Namora disse estar "solidário com esta luta que visa protestar contra a violência policial".
O advogado criticou o facto de alguns responsáveis políticos tentarem "identificar a violência com os negros e os ciganos".
"Mais de que um problema rácico é um problema das pessoas pobres", referiu Pedro Namora, alegando que se o tiro foi disparado a dez centímetros da vítima isso "é claramente um homicídio e uma execução".
O jovem foi baleado domingo à noite por um agente à civil da PSP na sequência de uma perseguição na freguesia da Falagueira (Amadora). Segundo o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP informou na altura, a vítima ameaçou a polícia com uma "pistola de calibre 6.25 mm adaptada".
Com Lusa"
Preocupado em não emitir juizos de valor mas tão somente factuais, ocorre-me que a violência nas ruas parece que tem vindo a aumentar. Entre nós , num cenário pessimista, está à vista um forte crescimento do desemprego, da pobreza, da fome, da exclusão, do desespero... da criminalidade...
Ao mesmo tempo, pode avolumar-se o sentimento geral de insegurança.
E torna-se evidente a exteriorização de dúvidas quanto à eficácia da força pública, ao exercício da Justiça e à bondade das Leis...
Embora me mantenha deliberadamente adepto do optimismo, tenho dificuldade em afastar uma leitura que aponta para um quadro de desagregação social.
A história e o optimismo ensinam-nos que crises sempre aconteceram e foram resolvidas. Convém lembrar é que as crises podem resolver-se de formas diversas, por vezes nada pacíficas...
Identificada a ameaça, há que avaliar os perigos, analisar e quantificar os riscos e tomar as adequadas medidas de segurança.
Grandes manifestações de protesto, em França ( Paris, Nice), Alemanha (Duisburgo, Berlim), Granbretanha ( Londres), Itália, Áustria, Grécia, Hungria, paises nórdicos e também Portugal têm hoje novo "pico" nos noticiários, a propósito da guerra entre Israel e Hamas. Mais manifestações, algumas de sinal contrário, estão marcadas para Berlim, Londres, Praga, Bruxelas, Madrid...
E algumas delas, ao ultrapassarem o protesto cívico, cairam na desordem pública, na violência e no vandalismo, como aconteceu em Duisburgo, Londres, Nice e Paris, incluindo ofensas e destruições simbólicas, materiais e pessoais com ferimentos em agentes da polícia.
Mais uma vez, para além das militâncias ideológicas em presença, levanta-se o problema da amplificação dos acontecimentos pelos media e do subsequente efeito de contágio que arrasta o desencadear da violência por imitação em áreas geográficas muito distantes.
Tais circunstâncias aconselham a ter em conta que este tipo de ameaça não nos é alheio e a considerar conveniente a antecipação de medidas de segurança relacionadas.
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A instituição policial consiste basicamente num mecanismo coercivo, capaz de fazer uso da força se necessário e em termos juridicamente controlados, de modo a preservar e restabelecer a ordem pública legitimada pelo contrato social.
Tal característica revela-se especialmente preponderante quando as desordens nas ruas se tornam violentas e a força pública tem que impor a ordem, em condições não negociáveis.
Embora regulamentado e treinado, o uso da força pela polícia - a violência policial necessária - torna-se mais musculado e é tanto mais difícil de controlar quanto mais agressiva e caótica for a violência desordeira a enfrentar,
E, sendo possível determinar o início de uma situação violenta, não é viável antecipar como termina - e com que consequências - uma crise de violência. Danos materiais e pessoais, ferimentos e mesmo mortes podem acontecer. A polícia é constituida por homens, que podem ter pouca sorte, ser menos hábeis, errar, falhar e até prevaricar. E enfrenta factores fortemente adversos.
Trata-se de um quadro que aconselha vivamente a opção preferencial por medidas de segurança preventivas e obriga a forte especialização no emprego de medidas repressivas com utilização da força pública para controlar crises previsíveis.
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