As regras de procedimento escritas, que regulam a vida das instituições enquanto colectividades humanas organizadas, com existência própria e uma individualidade duradoura bem definida, encontram a expressão do seu equilíbrio formalizada através de instrumentos jurídicos próprios, positivamente assentes em leis e regulamentos adequados. Tais normas orientadoras estabelecem uma determinada relação com o todo social em que se integra a organização e um certo modus vivendi interno.
Porém, sobretudo nas instituições mais antigas e com grande dimensão, em termos práticos, as atitudes e os comportamentos são modelados pelo cimento da tradição, código não escrito, por vezes secular, modernamente enquadrável na chamada cultura organizacional e eventualmente inspiradores de mais ou menos oficiosos códigos deontológicos.
Podemos encontrar alguma clarificação recorrendo à Sociologia da Informação e a um certo paralelismo com a teoria da propaganda, que visa promover a adesão a um sistema ideológico, com base na repetição sistemática e persistente das mensagens que se pretende transmitir, simplificando-as. Assim, filtradas por uma cada vez mais apertada simplificação das ideias, estas vão sendo sumariadas, numa sequência que passa de teoria, para ideologia, para doutrina, para programa, para slogan, para palavra de ordem, para lema, para sigla, para símbolo. Digamos que, em termos esquemáticos, a tradição e a cultura organizacional seguem na prática um percurso algo semelhante, estabelecendo deste modo uma herança social perdurável, em grande parte assente em elementos simbólicos.
Entre os símbolos que podem ser apontados como exemplo destacam-se as cores e elementos figurativos da bandeira; a música e a letra do hino; o grafismo da sigla; a linguagem do gesto.
A Instituição portuguesa Guarda, corpo militar de polícia, esboçada pelo Intendente Pina Manique em 1793, com a organização de uma Companhia de Guardas, formalizada em 1801 com a Guarda Real de Polícia e continuada com a Guarda Municipal, a Guarda Republicana e a actualmente designada Guarda Nacional Republicana, não é estranha a tais práticas. Estas podem ser entendidas como desempenhando papel de relevo no reforço da coesão interna, o chamado espírito de corpo. Nota-se mesmo uma continuada utilização simbólica de elementos como bandeiras e guiões; marcha musical; fardamentos, grande uniforme em especial; siglas; brasões de armas, com figuras alegóricas e divisas heráldicas; emblemática diversa; comemorações de datas históricas; paradas militares; exibições públicas espectaculares, carrossel moto, charanga a cavalo, banda de música, etc.; na linguagem gestual são notórias a ordem unida como acção altamente coordenada, indutora de rigorosa disciplina e a continência como saudação militar, também interpretada como expressando subordinação hierárquica.
Apesar de ameaçados pela "fadiga dos metais", ainda há muitos que se orgulham de ser polícias.
Transcrito com a devida vénia do Forum Brasileiro de Segurança Pública, não resisto a ampliar a circulação deste "mimo":
O autor, Archimedes Jose Melo Marques é delegado de polícia - Pós-Graduado em Gestão Estratégia de Segurança Publica.
Não há missão tão árdua...
Não há atividade tão desprezada...
Não há função tão incompreendida...
Não há trajetória tão ilógica...
Não há encargo tão injusto...
Não há caminho tão tortuoso...
Não há comportamento tão cobrado...
Não há labute tão controverso...
Não há classe tão dispersa...
Não há luta tão difícil...
Não há sonho tão perdido...
Não há vida tão atropelada...
Não há situação tão vulnerável...
Não há objetivo tão complexo...
Não há prática tão combatida...
Não há glória tão esquecida...
Não há rumo tão vigiado...
Não há avaliação tão espinhosa...
Não há habilidade tão castigada...
Não há profissão tão discutida...
...Quanto SER POLÍCIA!
...Ser Polícia é manter a Ordem Pública e garantir a Segurança da Sociedade em detrimento da sua própria segurança.
...Ser Polícia é proteger o povo analisando e vigiando todos os lados, sabendo que também está sendo vigiado.
...Ser Polícia é estar em constante perigo e mesmo assim evitar ou solucionar crimes.
...Ser Polícia é sentir que a Sociedade o tem como ignorante e arbitrário e mesmo assim garantir o seu bem estar.
...Ser Polícia é entender que Polícia e bandido são opostos que não podem ser atraídos para o mesmo objetivo.
...Ser Polícia no combate a falsa polícia é lutar contra um inimigo que lhe observa todos os seus passos.
...Ser Polícia é saber manter a veneração pela investigação, pois se assim perder essa motivação, vai com ela a flexibilidade que faz aparecer o resultado positivo.
...Ser Polícia é também ter paciência, pois em cada nova descoberta numa investigação complicada, significa um elemento novo de conhecimento, e, constitui uma etapa obrigatória de novas interrogações.
...Ser Polícia é trabalhar reconhecendo que não é reconhecido, mas mesmo assim seguir na sua trajetória inglória.
...Ser Polícia é superar o desprestígio de todos com a arte de mostrar a alegria pelo seu trabalho.
...Ser Polícia é saber dar a devida dimensão de tudo em vez de ser dimensionado pelo que pensam a seu respeito.
...Ser Polícia é saber que a verdade pode estar além de qualquer realismo para não confundir a aparência das coisas e praticar o injusto.
...Ser Polícia é ser taxado de culpado até mesmo pelo bem que não pôde fazer.
...Ser Polícia é entender que o povo pode ser ilógico e insensato até mesmo com os seus atos positivos em prol da própria Sociedade.
...Ser Polícia é dar ao mundo o que de melhor tiver, mas mesmo assim observar que não acharam bastante.
...Ser Polícia é estar no nascedouro de um futuro Processo Criminal contra a impunidade, e por vezes sentir o desgosto de ver o seu trabalho ser desconsiderado.
...Ser Polícia é estar atento a tudo, porque todos estão preparados para lhe atirar pedras até mesmo no seu primeiro deslize.
...Ser Polícia é constatar que os Direitos Humanos não lhe percebem nem mesmo quando um bandido lhe ceifa a vida.
...Ser Polícia é lutar sempre pelos seus ideais e objetivos, acreditando que um dia será reconhecido, recompensado e adorado por todos, pois sem ele, não haveria a Justiça e a paz social.
...Ser Polícia é vivenciar tudo isso e ainda possuir a sensatez de sentir o imenso orgulho de SER POLÍCIA!
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