Mátria, Cidade, Pátria, Nação, Sociedade, Estado, são termos que envolvem conceitos diferenciados e nem sempre bem entendidos. Todos eles se projectam na realidade territorial, cultural, política, social que hoje celebra os quase nove séculos da identidade histórica bem marcada e da individualidade política continuadamente afirmada de Portugal.
Compete aos cidadãos enaltecer a Cidade, assumindo toda a sua História; lembrar os seus maiores, sem excluir os menos bons; organizar a sociedade, garantindo segurança, justiça e bem estar; promover um futuro melhor para as gerações vindouras; manter como desígnio a persistência no sonho de construir um mundo melhor.
É tempo de os portugueses tomarem consciência daquilo que já foi descoberto e afirmado por estrangeiros:
Portugal deixou de ser apenas um marco geopolítico e constitui hoje uma realidade cultural muito mais ampla, que tem fundamentação na "Era Gâmica", no "Mundo Que o Português Criou", no "Lusotropicalismo", no "Oceano Moreno"... Tudo isto e muito mais, distinguindo entre portuguesismo provinciano e Portugalidade universalista, veiculado pela Lusofonia a cultivar e alastrar por mares e continentes já navegados.
Nos tempos altamente instáveis da revolução civilizacional em curso - caracterizados pela destruição e pela renovação de estruturas - e que promete prolongar-se, há que cuidar do Eixo da Roda, garantindo que esta continui a girar. No âmbito da segurança, há que optar claramente por uma Guarda de Confiança, que se constitua como um forte esteio da Cidade. Isto, apesar de a Guarda incomodar muita gente e estar cercada de vontades de a deitar abaixo: ambições corporativas e pessoais de um lado; procura de espaços para sobreviver, de outro lado; procura de afastamento da concorrência investigatória de outra banda; tentativa para afastar concorrência demonstrativa de condutas sinuosas, ainda de outra banda; tentativa para incapacitar a Guarda, por parte da criminalidade organizada, da alta corrupção, de diversos "ismos", todos interessados num clima de roda livre e de quanto pior melhor...
Embora se apresente grande a desproporção das forças em presença e algumas acções insidiosas já venham actuando, a Guarda ainda tem capacidade para resistir e prevalecer. Nas Termópilas, apenas trezentos, resistiram e criaram condições para salvar a Cidade. A bem da Lei e da Grei, aqui vão os melhores votos no Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades, da Portugalidade e da Lusofonia.
Continuando a seguir o livro “Quem se Abstém?”, do professor Jorge de Sá, adquire-se que investigações realizadas anteriormente indicaram que os abstencionistas não constituem um grupo homogéneo, dominado por uma qualquer apatia sistemática e irrecuperável, antes são diferenciáveis numa segmentação, que identifica dois tipos principais:
Considerando as circunstâncias eleitorais como um mercado imperfeito, está indicado que os partidos diferenciem a actuação a produzir do lado da oferta e as técnicas de segmentação do mercado a utilizar do lado da procura. De qualquer modo, para combater a abstenção há que mobilizar os eleitores fazendo uso de técnicas de marquetingue de massas, de diferenciação de produto e de segmentação do mercado. Como são diferentes as causas está indicado diferenciar os tipos de eleitores, escolhendo dentre eles os alvos mais adequados para mobilizar.
“Assim, haverá que distinguir entre uma abstenção de força maior … e a abstenção voluntária.”
Quando associada às características dos indivíduos, a abstenção pode estar também relacionada com os contextos eleitorais
Se houver uma duradoura condicionante política e social, a abstenção torna-se estrutura; já a comunicação política, o carisma dos líderes, a representação social, o grau de politização, condicionam a conjuntura da abstenção.
Para se conseguir conhecer a realidade do abstencionismo eleitoral, há que ter em conta varáveis psicológicas, sociológicas, económicas, culturais e políticas; e considerar como centrais as características dos eleitores. “… em Portugal a propensão à abstenção baixa significativamente quando aumenta o grau de escolaridade dos cidadãos e, de todas as variáveis consideradas, esta é aquela que apresenta a maior correlação com aquela propensão abstencionista.” Tal correlação não esconde outra, também significativa mas bastante menor, entre a propensão para a abstenção e a estratificação socioeconómica.
Torna-se também evidente a influência da idade, cujos estudos de correlação permitem concluir que “os mais jovens votam significativamente menos que os restantes eleitores, sendo que as menores propensões à abstenção se encontram entre os eleitores com idades entre os trinta e os cinquenta e nove anos. … em Portugal, os mais velhos (após os 60 anos) apresentam-se menos às urnas… entre os cidadãos com menos de trinta anos, um menor grau de escolaridade, o facto de ser solteiro e não terem iniciado uma carreira profissional estão significativamente associados a uma maior propensão à abstenção eleitoral.”
Jorge de Sá chama a atenção para o facto de a escolaridade e o trabalho constituírem duas poderosas alavancas de integração social que têm vindo a esbater as diferenças de género; refere uma maior propensão ao voto por parte dos casados; analisa a influência da religiosidade, designadamente da católica; e em termos concludentes faz notar que “a abstenção eleitoral voluntária se encontra profundamente associada com a integração social dos cidadãos”. E coloca em especial evidência “o nível preocupante que a abstenção eleitoral atinge entre os mais novos”.
Tudo isto, afinal, reforça a ideia de que quem se abstém de ir às urnas está a render-se, abdicando de defender os seus interesses através do voto democrático e adoptando comportamentos que favorecem a desagregação social. Acresce que uma abstenção muito elevada pode colocar em causa a legitimidade dos resultados eleitorais, pode provocar forte instabilidade social e política, pode entrar numa espiral de insegurança difícil de controlar.
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