Conforme a herança legada por Margaret Thatcher, em A Arte de Bem Governar (Quetzal, 2002), das estratégias para um mundo em mudança e da competência dos estadistas, ao longo dos séculos têm variado a ênfase e o conceito de Estado. A recente tendência para a globalização apenas mostra que actualmente é muito mais difícil governar, acontecendo porém que “Os Estados conservam a sua importância fundamental, em primeiro lugar porque só a eles cabe a definição dos quadros jurídicos nacionais… Em segundo lugar, os Estados são importantes porque ajudam a definir um sentido de identidade… Em terceiro lugar, só aos Estados está reservado o direito ao exercício do poder coercivo legítimo, o poder necessário para suprimir a criminalidade doméstica e para garantir a segurança contra ameaças vindas do exterior. Esta função coerciva do Estado, ainda que possa de algum modo envolver a contratação de privados, nunca pode, nem deve, ser alienada. O Estado é algo diferente da sociedade, é o supremo servidor, e não o senhor, de cada ser humano individualmente considerado; a sua capacidade para infligir o horror permanece tão grande quanto sempre foi. Todas estas coisas são verdadeiras. Mas a realidade é que precisamos e sempre precisaremos do Estado.”
No seu quase testamento político, a senhora Thatcher afirma-se partidária de uma governação alicerçada em princípios, desde que não sufocada por eles, sugerindo três axiomas a ter em conta pelos governantes: o alargamento da democracia a todos os povos; uma ordem internacional sólida e segura; fazer tudo para evitar a guerra.
O mundo continua a ser o mesmo, mas passou o tempo das ilusões: fala-se muito de direitos humanos e cuida-se pouco de segurança; gasta-se mais com benefícios sociais e diminuem-se os gastos com a defesa, consentindo no relaxamento dos serviços de Informações e de Segurança. Dito de outro modo, mais à nossa maneira, sacralizam-se os direitos e ignoram-se os deveres. Isto num mundo que continua a ser muito perigoso e no qual é imprescindível que o Ocidente se mantenha activamente vigilante, de modo a garantir a sobrevivência da nossa civilização
No mesmo sentido, não pode deixar de ser tido em conta que os responsáveis editoriais e os jornalistas alinham e reagem favoravelmente quando são bem "motivados", o que pode ser feito de muitas maneiras. De qualquer modo, o Emissor de Comunicação tem que trabalhar para ter do seu lado fazedores e líderes de opinião, o que é trabalho de fundo e não propriamente de ocasião.
Não pode ser menosprezado o facto de existirem pessoas, grupos, movimentos, organizações, desafectos ao Emissor, os quais farão o que puderem para diminuir ou apagar o acontecimento. Principalmente em televisão, só tem existência o que se vê. A partir daqui, os acontecimentos de facto podem passar a ser "não acontecimentos" na Opinião Pública.
Tudo isto e muito mais coloca em evidência quanto pode ser importante a acção de redes sociais, fazendo circular ideias, reagindo a circunstâncias adversas, em termos correctos, ponderados, abrangentes e quase imediatos. É oportuno lembrar que, no caso do Emissor Guarda, existem uns milhares de reformados, com famliares e amigos, inseridos nas comunidades a que pertencem, que motivados e orientados podem pesar bastante na formação das correntes de opinião pública.
Mas “não há Bela sem Senão!” São múltiplas as técnicas de Comunicação a que se torna necessário estar atento.
MANIPULAÇÃO MEDIÁTICA
Avram Noam Chomsky, filósofo e activista político americano, professor de Linguística no MIT, está associado à criação de uma abordagem que revolucionou os estudos no domínio da linguística teórica. É também conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos EUA. Descreve-se como um socialista libertário, havendo quem o associe ao anarco-sindicalismo e mesmo quem o considere escritor maldito.
Numa abordagem despida de espírito crítico, para ampliar em termos realistas algumas ideias sobre Comunicação, há que incluir a lista de Chomsky acerca das regras de manipulação dos princípios sociais e económicos de modo a atrair o apoio inconsciente dos media para a manipulação. É referência para este efeito a versão de José Mauro Rodrigues sobre as Visões Alternativas de Chomsky.
1. Promover a distracção
O elemento primordial do controlo social é a regra da distracção, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas. Consiste em inundar os meios de comunicação com distracções contínuas e notícias sem importância.
Distrair é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais nas áreas da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
Trata-se de manter a atenção do público longe dos verdadeiros problemas sociais, atraída por temas sem importância, ocupada, sem nenhum tempo para pensar.
2. Criar problemas e oferecer soluções
O método consiste em criar uma situação que se espera causar certa reacção no público, de modo a que este suplique a aplicação das medidas que se pretende fazer acatar. Por exemplo:
- deixar que se desenvolva e se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos a fim de que o público seja o requerente de leis de segurança e políticas, em prejuízo da liberdade;
- gerar e agravar uma crise económica para que o povo aceite como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3. Actuar com gradualidade
Para conseguir que seja aceite uma medida inadmissível, basta aplicá-la gradualmente, em pequenas doses, ao longo do tempo. Desta forma, as novas condições são aceites sem provocar revoltas.
4. Gerar aceitação pelo adiamento
Uma decisão impopular, é apresentada como “dolorosa e necessária”, conseguindo obter num dado momento a aceitação pública para aplicação futura, mais facilmente acatável do que um sacrifício imediato.
Deste modo, não há esforço imediato e a massa ingenuamente crê que “amanhã tudo irá melhor” e conseguirá evitar-se o sacrifício exigido. Assim, dá-se tempo para instalar habituação à ideia da mudança e resignação no acatamento quando chegar o sacrifício de facto.
5. Dirigir-se ao público como imaturo
O público utiliza com frequência discursos, argumentos, personagens e entonações característicamente infantis, muitas vezes próximos da debilidade, como se os receptores fossem criaturas de pouca idade ou deficientes mentais.
Quanto mais se procura enganar a audiência, mais se tende a adoptar um tom infantil. “Porque ao dirigir-se a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, tenderá, por sugestão, a adoptar respostas ou reacções mais infantis e desprovidas de sentido crítico”.
6. Utilizar a emoção mais do que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional e neutralizar o sentido crítico dos indivíduos.
Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar e injectar ideias, desejos, medos, temores, compulsões ou induzir a determinados comportamentos.
7. Manter o povo na ignorância e na mediocridade
Fazer com que o público seja incapaz de compreender a tecnologia e os métodos utilizados para conseguir o seu controlo e escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidades para todos”.
8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade
Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo ao intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal.
9. Reforçar o sentimento de culpa pessoal
Fazer crer ao indivíduo que ele é o único culpado da sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade, de preparação ou de esforço.
Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema económico e social, o indivíduo se desvaloriza, se culpa, gerando em si um estado depressivo, que inibe a sua capacidade para reagir. E sem reacção não haverá revolução.
10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmo se conhecem
Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, a neurobiologia e a psicologia aplicada, o Sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica.
O Sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece a si próprio. Isto significa que, na maioria dos casos, o Sistema exerce grande controlo e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que realmente têm.
Não tendo a pretensão de ser historiador, há casos que despertam a curiosidade no sentido de obter melhor esclarecimento e motivam alguma pesquisa acerca de determinados factos. Sem perícia metodológica mas com preocupações de objectividade, aqui está matéria que requer clarificação. Embora assumindo a postura de não ser dono da verdade, não deixa de ter lugar estabelecer conjecturas modestas mas sem cedências face a imprecisões evocativas de um “ministério da história”.
No passado dia 3 de Maio completou-se o 100º aniversário da Organização Guarda Nacional Republicana – GNR, como Corpo Especial de Tropas responsável pela Ordem Pública em todo o País, atingindo os mais recônditos lugares. (António Pedro Ribeiro dos Santos, O Estado e a Ordem Pública)
Na calendarização-respectiva, que se procura rigorosa, a GNR comemora nesta data a criação do Organismo do Estado GNR, distinguindo das datas consideradas para as origens próximas da Instituição Guarda.
GUARDA NACIONAL REPUBLICANA- 03 /05/1911
ORIGENS
Companhia de Guardas - 1796
Guarda Real de Polícia – 1801
Guarda Municipal – 1834
Guarda Republicana - 1910
POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA – 21 de Janeiro de 1935
“Em 21 de Janeiro de 1935 os Corpos de Segurança Pública da Polícia, passam a designar-se por Comando Geral da Polícia de Segurança Pública, passando este novo organismo, a deter toda a estrutura policial. Para seu primeiro Comandante, é nomeado o Coronel José Martins Cameira, que assim abandona o Corpo de Segurança Pública de Lisboa.” (Domingos Vaz Chaves, História da Polícia em Portugal)
Corpo de Polícia Civil – 1867
“Carta de Lei de 2 de Julho de 1867: Artº 1º - É o governo autorizado a criar em cada uma das cidades de Lisboa e do Porto um corpo de polícia imediatamente subordinado ao governo do districto, que será denominado corpo de polícia civil.” (João Cosme, Polícia de Segurança Pública)
CPC, Reforma de - 1896
CPC de Lisboa
Polícia de Segurança Pública, uma das repartições do CPC de Lisboa
Direcção Geral da Segurança Pública – 1918
Unidades da Polícia Cívica
Polícia de Segurança Pública, uma das unidades do CPC de Lisboa
Polícia Cívica de Lisboa - 1927
Polícia de Segurança Pública, nova designação da Polícia Cívica de Lisboa
Do bosquejo acima esquematizado, seguindo o mesmo critério e até demonstração diferente, resulta a marcação rigorosa do nascimento da Organização nacional GNR em 03 de Maio de 1911; e a clarificação, segundo o mesmo critério, do início da Organização PSP com carácter nacional em 21 de Janeiro de 1935. Nesta conformidade, e em rigor, a GNR completou 100 anos de vida e a PSP deve comemorar 76 anos de existência.
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