A vivência dos homens e das mulheres que integram a GNR sujeitos à condição militar não se limita a ser regida pelas correspondentes normas legais. A Guarda, corpo militar de polícia, é uma instituição com mais de dois séculos e como tal tem uma cultura organizacional própria, muito marcada por aquilo que pode ser designado como "mentalidade militar", no sentido de estado de espírito, maneira individual de pensar e de julgar.
Samuel Huntigton, o eminente autor de "O Choque de Civilizações", há pouco falecido e cuja memória merece homenagem, legou-nos também uma obra fundamental da sociologia militar intitulada "O Soldado e o Estado - Teoria e Política das Relações entre Civis e Militares" Tratando-se de uma abordagem institucionalista, datada de 1957 e que veio a ser polemizada com Morris Janowitz, é perfeitamente utilizável para permitir uma melhor compreensão da referida mentalidade militar.
Huntington refere três pontos de vista utilizáveis para examinar tal mentalidade:
- O primeiro centra-se na sua capacidade ou qualidade, que é por vezes considerada como medíocre. Tal abordagem não ajuda a definir os aspectos especificamente militares, nada dizendo sobre as suas características próprias.
- A segunda abordagem foca os seus atributos ou características, destacando a disciplina rígida e não sendo flexível, tolerante, intuitiva nem emocional. Tal caracterização, aparentemente verdadeira, carece de melhor conhecimento sobre a personalidade dos militares e de outros grupos, e também sobre a relação desta com valores e comportamentos sociais, não sendo de grande utilidade.
- O terceiro ponto de vista, baseado nas atitudes, tem optado por analisar os valores predominantes ou, em alternativa, definir os valores militares pela fonte, admitindo que os valores dela oriundos reflectem a mentalidade militar. Esta proposta, sendo mais frutífera, apresenta no entanto a dificuldade factual de nem tudo o que vem de fonte militar derivar obrigatoriamente do seu carácter militar, pois este convive com origens sociais, económicas, políticas, religiosas... Tal caminho implica trabalhos de grande vulto, favorecendo a definição da mentalidade militar como uma ética profissional.
"As pessoas que agem da mesma forma durante um largo período de tempo tendem a desenvolver hábitos característicos e persistentes de pensamento. A singular relação que elas mantêm com o mundo dá-lhes uma peculiar perspectiva desse mundo, levando-as a racionalizar o próprio comportamento e o próprio papel. (...) Uma profissão é mais estritamente definida, mais intensa e exclusivamente procurada e mais claramente isolada de outras actividades humanas do que o é a maioria das ocupações. (...) Nesse sentido, a mentalidade militar consiste nos valores, atitudes e perspectivas inerentes ao desempenho da função militar e que se deduzem da natureza dessa função."
A mentalidade militar é, portanto, abstractamente definida como um tipo-ideal. Os militares profissionais sentir-se-ão ligados á ética na medida em que ela seja profissional, mais moldada por imperativos funcionais do que por padrões sociais exteriores.
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