A Rainha Santa e a festa do Espírito Santo
Ao folhear Agostinho da Silva, adquirimos a noção introduzida pelo frade beneditino Joaquim de Fiore sobre o “significado de tempo na concepção cristã da Trindade”. Segundo ele, haveria três idades na Eternidade: a era do Deus Pai (criador e legislador do mundo, registada no Velho Testamento); a era do Deus Filho (a idade do Cristo, que tornava possível o regresso do homem ao paraíso após o sofrimento da vida terrena); e, possivelmente, a Era do Espírito Santo (uma idade de pleno desenvolvimento do homem e do mundo).
Esta ideia viria a reflectir-se em Portugal através do casamento de D. Dinis com a princesa Isabel de Aragão, que trouxe consigo a concepção da Era do Espírito Santo como sendo de pleno desenvolvimento da humanidade, valorizando a vivência espiritual. Tendo recebido como dote a vila de Alenquer, aquela que viria a ser a Rainha Santa, terá ali promovido a festa do Espírito Santo, distinta do culto canónico da Igreja e caracterizado por um cunho popular. E o povo português entusiasmou-se com a festa, “como se os portugueses tivessem dentro deles sem se expressar, inconscientemente, já essa ideia fundamental de ter que se caminhar para o futuro… uma festa prospectiva para o futuro, é uma festa em que os portugueses declaram como vai ser o tal mundo do Espírito Santo.
Os portugueses sempre adoraram o concreto, entendem o abstracto, mas procuram traduzir imediatamente em concreto. Portanto… aquilo que se tratava propriamente de saber é como é que seria a vida desses homens, como é que ela se organizaria quando reinasse o Espírito Santo no tempo.”
A festa era marcada por três pontos: a coroação do “menino imperador do mundo”, a libertação dos presos e o banquete. A festa portuguesa continha um programa de futuro: na Era do Espírito Santo, “o mundo seria dirigido pelas qualidades inatas na criança… a vida quotidiana devia ser gratuita… e em plena liberdade…” Esta ideia dos portugueses foi espalhada pelo mundo com a navegação.
(Agostinho da Silva - Ele Próprio. Corroios: Zéfiro, 2006)
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